MOSTRA DOS INTEGRANTES DO CURSO vinculada ao 1o. Congresso Qualidade de Vida, Saúde e Trabalho: Sofrimento e Prazer na Contemporaneidade.
Como os alunos não constituiram um projeto pessoal de trabalho e expressão a partir da própria experiência dentro da UNIFESP, surgiu o imperativo de eleger um único projeto que pudesse unir a experiência de todos. Elaborado pelo orientador o projeto SANTA CEIA REVISITADA.
A escolha do tema não possui nenhum caráter religioso além da possibilidade do exercício plástico a partir do objeto escolhido: uma cena da Santa Ceia em relevo de gesso obtido através do molde de borracha; peça multiplicada a preço barato.
A peça foi retirada de sua condição de sucata, restaurada e colocada como modelo contínuo para o projeto. A decisão teve um caráter conscientemente duchampiano uma vez que o "vaso de louça" , dessacralizou o poderio dos museus, galerias e instituições de arte e revalorizou em essência a possibilidade do ser para a arte.
Todos os integrantes do curso assinaram a peça em atitude simbólica de testemunhas da realização da "Santa Ceia Revisitada"
A Proposta é de experimentação. Uma pintura pode ser feita com vários tipos de materiais. Não somente tintas caras. Aqui uma experimentação: desenho com violeta! Comprada na farmácia.
Modelo para desenho. Segundo Antonio Vitor A obra de arte é uma organização da emoção. Tudo que está desorganizado se organiza.
Desenho não é copiar igual. O desenho é uma harmonia mental. São muitos os desafios que o desenho impõe. A vida é diferenciação, nada é igual a nada.
Esses dois trabalhos revelam dois movimentos contrários. O primeiro como exemplo tomado pelo Antonio Vitor, um trabalho "bem resolvido". Espaçado aproveitando toda folha e outro com uma força de concentração.
Sugere que coloque objeto pendurado e o desenhe no ar. Referindo os móbiles de Calder. Pois está "muito pesado amarrado no chão". Esses trabalhos tem uma força gráfica que está escondida, por ter medo de se "jogar no papel". Usa uma metáfora: " É preciso se jogar na piscina". O tamanho do papel é o tamanho do espaço psíquico. Segundo Antonio. Papel em branco é a liberdade de espaço . Para usá-lo é preciso vencer o medo.
Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la. Em um cofre não se guarda coisa alguma. Em cofre perde-se a coisa à vista.
Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.
Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por ela, isto é, estar acordado por ela, isto é, estar por ela ou ser por ela.
Por isso melhor se guarda o vôo de um pássaro Do que um pássaro sem vôos.
Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica, por isso se declara e declama um poema: Para guardá-lo: Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda: Guarde o que quer que guarda um poema: Por isso o lance do poema: Por guardar-se o que se quer guardar. Antonio Cícero